O navio polar “Almirante Maximiano”, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Carlos André Coronha Macedo, e o navio de apoio oceanográfico “Ary Rongel”, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Nilo Gonçalves de Souza, atracarão nesta terça-feira (11), no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, localizado à Ilha das Cobras, após concluírem aproximadamente seis meses de missão no continente Antártico, realizando a 35ª Operação Antártica (Operantar).
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) teve início em 1982, com a presença do então navio de apoio oceanográfico “Barão de Teffé”, na gestão do Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, cujo nome é homenageado em um dos atuais navios antárticos. Desde então, o Brasil mantém presença constante no “continente gelado”, por intermédio da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e de seus navios, sob a coordenação de diversas organizações militares e civis, com destaque para a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), responsável pelo Proantar.
Os navios partiram do Rio de Janeiro em 10 de outubro de 2016 rumo à Antártica. A principal tarefa era prestar apoio logístico e de reabastecimento aos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE) da EACF, bem como colaborar junto aos projetos de ciência e tecnologia nas mais diversas áreas, como Oceanografia, Hidrografia, Biologia, Geologia, Antropologia e Meteorologia, realizando observações de animais e coleta de amostras de solo e água.
As atividades científicas envolvem profissionais de inúmeras instituições de ensino e pesquisa do país.
Nessa Operantar, aconteceu o transporte de uma nova chata para a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). A chata foi projetada e construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), sob encomenda da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, de modo a ampliar a capacidade de apoio logístico à EACF. Ela terá duplo emprego – transporte de 10 mil litros de óleo diesel antártico e 10 mil quilos de carga. Com a entrega da nova chata à EACF, a Marinha do Brasil reafirmou sua capacidade de realização de atividades logísticas na Antártica.
Dentre as principais tarefas executadas pelos navios destacaram-se a coleta de dados em estações oceanográficas e geológicas e o lançamento de boias de deriva e de radiossondas. Além disso, foi realizado o apoio à EACF, com a transferência de óleo combustível e de gêneros. As embarcações orgânicas foram utilizadas para apoiar o embarque e o desembarque de material e pessoal nos diversos pontos da região e a projetos de observação de baleias, com as coletas bem sucedidas de amostras de pele de várias espécies, incluindo as baleias orca.
Com o intuito de promover a integração e cooperação, levando a bandeira do Brasil e a presença científica brasileira à região, houve visitas protocolares a bases e estações estrangeiras.
Os navios dispuseram de um Destacamento Aéreo Embarcado (DAE), composto por dois helicópteros do tipo Esquilo, para o apoio aos projetos científicos. A operação contou com a sinergia entre várias esferas do poder público, além de instituições internacionais, no transporte, permanência e salvaguarda de pesquisadores e do seu material na Antártica.
Nesse contexto, aeronaves Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira fizeram voos de apoio regulares, que partiram do Brasil com destino à Base Aérea Chilena Presidente Eduardo Frei, próxima à EACF. Já em solo antártico, os pesquisadores, visitantes, jornalistas e autoridades convidadas, civis e militares, brasileiras e estrangeiras, foram apoiadas pelos navios.
Com o fim da Operantar XXXV, os navios contabilizarão aproximadamente 136 dias de mar e terão navegado cerca de 25 mil milhas cada, em prol do cumprimento da missão.
Fonte: Portos e Navios