A ancoragem é uma das operações mais frequentes a bordo dos navios. Um grande número de variáveis e fatores externos influenciam a duração e a localização de uma operação de ancoragem. O tipo do solo oceânico, por exemplo, é de extrema importância durante a ancoragem, solos macios e lamacentos ou com fundo de argila são os mais preferíveis. Deve-se tomar cuidado para que o leito marinho, onde serão fixadas as âncoras, esteja livre de linhas elétricas, cabos submarinos, dutos ou rochas.
Vários métodos de ancoragem levam em consideração a direção e a força do vento, corrente e fluxo da maré. Muitas vezes, o bom conhecimento do local ajuda um marinheiro a determinar manobras e ações necessárias para serem tomadas durante a ancoragem.
Dois dos métodos predominantes de ancoragem são: “Let Go” e “Walk Back”.
- Let Go
Este método é usado em uma vasta gama de embarcações, incluindo desde pequenos barcos e iates à embarcações maiores com tonelagem variando até 1,00,000 GT. O princípio seguido neste método é o que dá o seu nome “Let Go” (deixar ir), ou deixar a âncora escorregar com cabo sob o seu próprio peso a partir do tubo de escovém (hawse pipe). O peso no cabo, o poder de retenção do freio do cabrestante e a quantidade de movimento do navio são fatores a serem controlados pelo navio para garantir que a âncora seja firmada e o cabo seja subsequentemente posto para se estender para trás. Ao aproximar-se da posição de ancoragem, a velocidade do navio é trazida a zero utilizando motores e leme e, no mesmo ponto, âncora, juntamente com o cabo, são postos para fora sob o seu próprio peso.
Uma vez que as pontas tocam o fundo ou a corrente toca o solo, os motores são movidos para trás ou à frente de acordo com as condições prevalecentes de vento e corrente para atingir o impulso de popa em relação ao solo, que esticará o cabo. Pode ser desembolsada sob a aplicação controlada dos freios para controlar o comprimento do cabo e evitar que ele seja posto completamente para fora. Muitas vezes, sob certas condições, os efeitos combinados do vento e da corrente, o navio tende a balançar e cair para trás também.
Deve-se atentar para o sentido preferido do balanço e o lado para o qual deve ser usada a âncora. Também é preciso tomar cuidado para não permitir que o cabo seja lançado completamente para fora sob seu peso ou permitir que o cabo acabe se empilhando, o que pode resultar numa torção de desenvolvimento ou numa torção no cabo. Durante a aproximação às áreas de ancoragem, é uma prática geral por parte dos comandantes de navios baixar a âncora ao nível da água de modo que quando os freios são soltos os cabos descem livremente. Depois de uma longa viagem marítima, por vezes, a âncora pode ficar presa no hawse pipe e não conseguir ir para baixo do hawse pipe sob o seu próprio peso. Como uma prática boa e proativa à bordo, um marinheiro deve sempre verificar o estado do forro do freio do cabrestante antes de usar.
Em várias ocasiões, muitas vezes em navios antigos, devido ao seu uso repetido, forros de freio foram encontrados completamente desgastados ou abaixo da espessura necessária, reduzindo, consequente e significativa
mente, a potência de travagem, o que levou o cabo a ser totalmente liberado sob o seu próprio peso, resultando na perda tanto da âncora quanto do cabo.
As cargas irregulares ou o impulso excessivo da popa após a aplicação dos freios podem danificar o cabrestante, seu assento e base. Os motores devem ser utilizados para combater o impulso excessivo do navio, e o estado do navio carregado ou em lastro deve ser sempre mantido em mente durante seu uso. Estímulos prolongados podem desenvolver momentum suficiente em um navio carregado para arrastar a âncora ou mesmo encaixar o cabo. Uma embarcação carregada é considerada mais responsiva aos efeitos da corrente ou da maré, ao passo que um navio com lastro desvia substancialmente devido ao vento. Efeitos combinados e direções das condições locais podem ser úteis durante a preparação para a ancoragem.
- Walk Back
A maioria das empresas tem suas próprias diretrizes para a ancoragem de grandes navios, como VLCC ou ULCC, que devem ser seguidas sem falhas. O método walk back de ancoragem é recomendado e usado principalmente em embarcações acima de 1,00,000 GT. O princípio de funcionamento é o mesmo, porém, o cabo é liberado usando o cabrestante a uma velocidade fixa. Ao aproximar-se da posição de ancoragem, a velocidade do navio é trazida gradualmente para zero e a âncora é abaixada em água.
Conforme ela toca o fundo, mais comprimento é liberado e os motores dão ré para desenvolver ligeiro movimento de popa para colocar o cabo direito, enquanto as pontas da âncora “cavam” o fundo do mar. Este método, geralmente, é de maior duração do que o método “Let go”. Entretanto, fornece ao mestre do navio um melhor controle sobre a quantidade de cabo liberado e o peso sobre o cabrestante. É importante que a avaliação correta das condições das marés, das rajadas de vento ou das fortes correntes costeiras seja efetuada pelo comandante da embarcação para acomodar o movimento do navio à medida que o cabo é distribuído.
Um cabrestante é projetado para levantar até 3 – 4 grilhões juntamente com o peso da âncora. O método walk back evita o empilhamento ou a torção do cabo, que é liberado sob energia e, portanto, fornece melhor controle ao mestre ou ao piloto para garantir que a âncora se mantenha firme e não arraste. No entanto, a velocidade do navio sobre o solo deve ser diligentemente controlada para evitar cargas excessivas no cabrestante, que está sendo usado com a engrenagem contratada.