Dock Brasil faz primeira docagem em seu dique flutuante

A Dock Brasil iniciou operações em agosto com a docagem do PSV C-Ouro (4.900 BHP), da Camorim, no Rio de Janeiro. Os serviços de reparo, que devem ser concluídos na próxima terça-feira (6), estão sendo realizados no dique flutuante Comte. Cristóvão, construído pelo estaleiro Zemar, em Navegantes (SC). Enquanto seu estaleiro de reparos não entra em operação, a Dock Brasil pretende realizar outras docagens, continuando a contar com a estrutura da Camorim como apoio. A parceria foi bem avaliada pela Dock Brasil nessa primeira operação. A embarcação em reparo tem 72,40 metros de boca, 16,46 metros de largura, 6,10 metros de profundidade e 5,12 metros de calado.

Os sócios da Dock Brasil decidiram que vão investir recursos próprios para começar operações no estaleiro de reparos dentro de oito meses, pois o financiamento do Banco do Brasil, agente repassador do Fundo da Marinha Mercante (FMM) neste projeto, ainda não foi liberado. A ideia é operar o dique na área de terceiros nesta primeira fase, depois operar no estaleiro próprio com infraestrutura mínima necessária e, conforme a demanda de serviços e a liberação dos recursos do FMM avançarem, concluir a unidade de reparos na sequência.

Localizada em São Gonçalo (RJ), a unidade será instalada numa área de 20 mil metros quadrados com acesso pela Baía de Guanabara. A concepção original prevê três diques flutuantes com 99 metros de comprimento por 30 metros de largura. O projeto da Dock Brasil tem 50% de participação societária de fundos de investimento e 50% de pessoas físicas. O projeto conceitual é da Royal Haskoning.

O Dock Brasil contará com cais de 130 metros e píer com 120 metros de comprimento e 12 metros de largura para atracação visando o acabamento e serviços adicionais. As instalações em terra terão três posições com pares de trilhos, sendo duas linhas com 110 metros e outra com 90 metros, para embarcações de até três mil toneladas. Após liberada a atracação do dique no estaleiro, a embarcação poderá ser reparada no dique ou em terra. Para a transferência, serão utilizados transportadores autopropelidos. A posição em terra foi projetada para receber embarcações de até 80 metros de comprimento, 16 metros de boca e três mil toneladas.

O diretor-presidente da Dock Brasil, Carlos Boeckh, observa que a maioria dos estaleiros especializados em construção que anunciaram planos de atuar no reparo durante o período de crise não alcançou destaque com a atividade até o momento. “A migração da construção para o reparo não é simples e requer investimentos”, afirma Boeckh. Ele avalia que a demanda diminuiu nos últimos dois anos, mas a quantidade de serviços segue relevante, sobretudo no Rio de Janeiro que é um “centro de reparo”.

Marcelo Mello, que também é sócio da Dock Brasil, ressalta que a empresa aposta na qualidade do serviço e nos prazos como diferenciais do projeto. Ele acrescenta que o estaleiro futuramente vai dispor de um travel lift para o lançamento e transporte dos barcos de menor tamanho. A unidade também vai oferecer um galpão com 1,6 mil metros quadrados de área, que contará com oficinas de chapas e tubulação, almoxarifados para Dock Brasil e para clientes.

Autor: Danilo Oliveira

Fonte: Portos e Navios

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